Mediunidade não é privilégio de poucos nem de religião alguma. Todas as pessoas, em maior ou menor escala, são médiuns.
Mas nem todos se predispõem a desenvolver sua mediunidade. Há casos em que, por uma escolha própria e muito peculiar de cada indivíduo, se nasce com esse dom um pouco mais acentuado, de forma a poder cumprir na Terra os desígnios traçados quando ainda no mundo espiritual.
Trata-se de uma ferramenta de amor. Quem é médium tem um compromisso com o bem. É preciso educar a mediunidade, investir no autoconhecimento e lutar para vencer as más tendências. Não ganhamos esse dom para nos divertir. Ele nos foi dado para que aprendêssemos a nos doar. Doando de nós, recebemos o mesmo da vida.
Todo médium deve ter disciplina, que passa pelo bom senso e a maturidade espiritual. Toda forma de regulamentação da mediunidade e de seu exercício deve se pautar pelo discernimento. Quem não sabe discernir entre o certo e o errado ainda não está pronto para exercer a mediunidade.
Precisamos nos orientar pelo exemplo. Constantemente, nossas atitudes devem servir de exemplo, uns para os outros. Temos que falar e agir tal qual falamos, independentemente da imposição de normas de conduta. Quando o espírito amadurece suas qualidades morais, não precisa que ninguém lhe diga o que pode ou não fazer. Ele, sozinho, sabe identificar o comportamento adequado e o irreverente.
O médium é um orientador. Para isso, precisamos ter o domínio da mediunidade. Ela nos permite promover o nosso crescimento. Através do autoconhecimento e do auxílio ao próximo, vamos crescendo também.
Mas ela também representa um perigo para os menos vigilantes. A falta de preparo, sobretudo moral, leva muitos médiuns ao despenhadeiro da ilusão, seduzidos pela vaidade e o poder. É preciso equilíbrio e um constante policiamento de atitudes, palavras e pensamentos. Ninguém é perfeito. Mas a busca da perfeição passa pelo reconhecimento das dificuldades e pelo esforço para contê-los.
Devemos saber dosar o valor de cada coisa, agir de forma a sermos um bom exemplo no mundo, ter amor e respeito. Médiuns ou não, essas são experiências que todo ser humano deve aprender com a vida e a observação do mundo. Empregar a mediunidade no auxílio à transformação do planeta é tarefa confiada a todos nós, indistintamente. Ninguém é melhor do que ninguém, nem mais sábio, nem mais inteligente, nem mais evoluído.
Quem está seguro de seu papel no mundo, não deixa passar a oportunidade de aprender e servir.