Leonel é um espírito amigo. Mais do que isso, é um espírito que dividiu comigo muitos anos de nossas várias vidas. Muito ligados afetivamente, enveredamos por caminhos nem sempre iluminados. Aceitamos nossos desequilíbrios como parte de nossas experiências de crescimento e nos dispusemos a trabalhar juntos.
Escritor no passado, um poeta, Leonel era uma alma sensível e muito à frente de seu tempo, como costumam ser todos os poetas. Viveu na Inglaterra em sua última encarnação e naquela em que foi escritor. Era um boêmio, um homem que vivia pelas Letras e para as Letras, mas cuja paixão por uma outra escritora levou-o à ruína e ao esquecimento. Quem tiver curiosidade e interesse, basta ler Segredos da Alma, onde tudo o que lhe aconteceu está narrado. Por mais que possuísse talento, não chegou a alcançar a fama, muito embora jamais tivesse desistido de viver.
Desencarnado, rapidamente ganhou compreensão das coisas da vida. Compreendeu seus processos de amadurecimento, passou algum tempo na espiritualidade, até que pediu e obteve permissão para retornar em espírito e dividir comigo essa tarefa. Somos dois escritores unidos pelo mesmo ideal, e o que nos separa é apenas o plano que cada um de nós habita. Nosso objetivo, contudo, é comum, ou seja, ajudar o maior número de pessoas possível, para que elas promovam o seu autocrescimento e, com isso, tenham uma vida melhor.
Um dia, além de sempre sentir a sua presença, pude conhecer sua aparência astral. É um rapaz bonito. Cabelos negros e fartos, com feições delicadas e olhos azuis. Estatura mediana, magro, veio vestido de calça e uma bata brancas, descalço e com ar tranquilo. Tinha um rosto tão sereno que me contagiou. Pena que não tenho nenhuma pictografia para exibir aqui.
E ele disse coisas que modificaram para sempre o meu modo de encarar certos aspectos da vida.
Considero Leonel mais um batalhador do invisível. Um espírito com enorme sabedoria e inigualável capacidade de amar. Um ser em busca da iluminação, que conhece o caminho para o crescimento e sabe onde está a fonte do discernimento e da moral. Uma alma que cresce através do esforço próprio, do reconhecimento de suas dificuldades e da busca incessante do domínio sobre si mesmo. E é nisso, acima de tudo, que reside o seu valor.